Lideranças internacionais compartilharam experiências sobre práticas sustentáveis; atenção também está na reciclagem dos equipamentos
Nesta segunda-feira (26), o evento “Certificação de Painéis Fotovoltaicos – Considerando a sua Intensidade de Carbono”, realizado em São Paulo, reuniu especialistas do setor de energia para discutir a certificação de painéis solares e seu impacto na sustentabilidade e na descarbonização da matriz energética. Lideranças norte-americanas, representadas por Abigail Hopper, presidente e CEO da Associação das Indústrias de Energia Solar dos EUA, apresentaram projetos de produção, operacionalização e manutenção dos equipamentos desenvolvidos pelos Estados Unidos que podem servir como referência para a cadeia de valor no estado de São Paulo. O mercado de reciclagem que está surgindo em alguns municípios americanos também foi compartilhado no evento.
Para a subsecretária de Energia e Mineração da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Marisa Barros, o evento proporcionou o estreitamento da relação entre São Paulo e Estados Unidos, por meio do consulado norte-americano, que irá contribuir para a formulação de políticas públicas no desenvolvimento da cadeia de energia fotovoltaica no estado. “São Paulo também pode avançar nessa agenda com relação à produção de painéis, componentes e equipamentos. Pudemos conhecer como os Estados Unidos impulsionaram seu parque fabril, gerando valor agregado para a economia norte-americana associado à produção e ao uso. Temos uma economia pujante e uma matriz elétrica praticamente 100% renovável no estado e podemos ancorar toda uma indústria de baixo carbono e crescer muito também nessa questão”, ressaltou.
O crescimento da produção de energia solar foi destaque no último Balanço Energético Estadual produzido pela Semil, em 2023. Em apenas quatro anos, a geração de energia elétrica a partir de painéis solares fotovoltaicos no estado saltou de praticamente zero, em 2018, para quase 5 milhões de Megawatt-hora (MWh) em 2022, o suficiente para abastecer cerca de 2,4 milhões de residências.
Com o aumento da adoção da energia solar, a discussão sobre a intensidade de carbono na produção desses painéis se tornou cada vez mais pertinente. A certificação, ao considerar essa intensidade, não apenas assegura a qualidade dos produtos, promovendo transparência e confiança do consumidor, mas também garante a sustentabilidade dos equipamentos, impulsionando o crescimento da cadeia produtiva em São Paulo.
Segundo Hopper, os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à sustentabilidade. “Eles querem produtos de baixo carbono em sua fabricação e em todo o seu ciclo de vida. Seguimos um rigoroso processo de produção e instalação e criamos até um guia de boas práticas com relação à operacionalização e manutenção desses painéis. Com relação à reciclagem dos equipamentos, temos programas de logística reversa e buscamos junto ao governo incentivos para isso”, explicou.
Para profissionais da área e interessados em sustentabilidade, o encontro serviu como oportunidade para o aprofundamento nas questões sobre certificação de painéis solares e seu papel na transição energética.
Além disso, o encontro enfatizou a importância da colaboração internacional na corrida contra as mudanças climáticas. “A troca de conhecimentos entre especialistas brasileiros e internacionais, especialmente dos Estados Unidos, é crucial para o desenvolvimento de políticas e práticas que promovam a descarbonização e o uso responsável dos recursos naturais, com base em experiências anteriores”, completou Marisa Barros.
Participaram também da apresentação Patrick Johann Schindler, chefe de assessoria internacional da Semil, e RaeJean Stokes, da Adida Cultural do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo.
*As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.