
O segundo módulo do Colabora RH 2025 do SETPESP abordou um dos temas mais sensíveis e transformadores da gestão de pessoas: como as empresas podem atender de forma eficiente, sustentável e humana às cotas de Pessoas com Deficiência (PCDs).
A palestra foi conduzida por Marcelo Pires, fundador da Consolidar Diversidade, empresa especializada em soluções de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento (DEIP). Com uma abordagem prática e provocadora, Marcelo propôs uma reflexão sobre o papel do setor corporativo na construção de ambientes realmente inclusivos. “Se nós do mundo corporativo não entendermos o que é inclusão, não estamos sendo coerentes. O capacitismo faz com que a gente não veja o potencial das pessoas com deficiência”, destacou.


Durante uma dinâmica sobre inclusão, o especialista convidou os participantes a refletirem sobre atitudes cotidianas que reforçam barreiras invisíveis. “A gente julga naturalmente, e é disso que precisamos sair. Se somos o país mais diversos do mundo, com mais de 8 milhões de pessoas com deficiência, por que ainda temos tão poucos contratados com deficiência?”, questionou.
Marcelo reforçou que a inclusão é, acima de tudo, um exercício de humanidade. “Quando trabalhamos a inclusão de verdade, precisamos aprender a nos comunicar com quem é diferente. Não é sobre não ser inclusivo, e sim sobre entender de gente e não desumanizar ninguém. Só vai sobrar pra gente ser humano, porque o resto, a máquina vai fazer”, concluiu.
Para ele, a verdadeira inclusão começa com educação e escuta ativa. “A educação é o mais importante. Os processos educativos, na sala de aula, precisam ter constância e acontecer com frequência. Além disso, a criação dos padrões de acessibilidade para empresas precisa acontecer junto com um time que realmente entenda disso. Não adianta gestores que não fazem parte do grupo PCD quererem definir regras sem uma consultoria ou representantes que compreendam as dores desse grupo”, afirmou.