São relatados barulhos insuportáveis e bloqueios do trânsito no Barro Preto
Moradores e motoristas do Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, reclamam de transtornos causados pelo embarque e desembarque de passageiros que utilizam plataformas de fretamento de ônibus, como a Buser. “Virou uma rodoviária a céu aberto”, disse um residente à reportagem da Itatiaia.
São citados barulhos insuportáveis e trânsito no entorno da rua Araguari travado. “Os ônibus param e bloqueiam o trânsito. Os veículos não são desligados durante a madrugada, e o barulho fica na nossa cabeça. Já liguei para todos os lugares e ninguém pôde resolver o problema”, lamenta.
O repórter Renato Rios Neto, da Itatiaia, foi ao local na noite dessa quarta-feira (29) e constatou, pelo menos, 10 ônibus. Dezenas de passageiros aguardavam e procuravam por veículos, sem infraestrutura necessária nas ruas.
Agenor de Oliveira, pastor, acompanhava a esposa, Maria das Graças, que iria embarcar rumo ao Espirito Santo, quando conversou com a reportagem. Ele estava indignado e reclamava de falta de informações. “Eu já estou de cabeça quente. Não tem nome de empresa, nada. Deveria ter uma organização melhor”, lamenta.
Juliana Alves também iria para o Espirito Santo. Ela admite “desconforto” no embarque e desembarque. “É bem complicado, mas fazer o quê. Pagando barato a gente vai. Já viajei várias vezes. Aprovo o serviço”, disse.
Motorista de uma empresa que faz viagens pela Buser, Daniel Paulo cobra mais orientações aos passageiros. “Dá muita confusão. Era bom ter alguém para auxiliar. Às vezes são senhores que não tem muita intimidade com celulares, tecnologia, e ficam sem saber o nome da empresa, não sabem procurar pela placa, ficam perdidos”, diz.
O que diz a Buser
Por meio de nota, a Buser ressalta que o ponto no Barro Preto conta com autorização da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para servir como estacionamento e área de embarque e desembarque de viajantes. A empresa também diz buscar soluções junto ao município para melhorar o atendimento aos clientes e minimizar os impactos de vizinhança na cidade.
PBH e ANTT
A PBH diz que o transporte fretado interestadual é fiscalizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Ainda segundo o município, agentes da BHTrans monitoram diariamente a região do Barro Preto e atuam em casos de problemas de trânsito ocasionados pelo embarque e desembarque de passageiros de transporte fretado.
Já a ANTT diz que, tendo em vista o maior volume de operações, devido à grande procura de fim de ano, os veículos contratados por aplicativos estão utilizando toda a região Central de BH, além do Barro Preto, incluindo as ruas laterais ao terminal rodoviário, para embarque e desembarque de passageiros.
Segundo a nota, compete à ANTT verificar questões referentes à execução do serviço prestado pela empresa de transporte, ou seja, fiscalizar as questões relacionadas à autorização para o transporte interestadual de passageiros junto à Agência, documentos necessários para o transporte de passageiros, segurança dos veículos, entre outras.
A Agência informa que estão previstas nas programações futuras operações de fiscalização no Barro Preto, para verificação das condições em que as viagens estão sendo realizadas.